As redes sociais bombaram com esse tema, por isso vamos atualizar os sãolourencianos e informar a todos.
Entenda o caso:
O vereador Gustavo Ribeiro, conhecido como Gustavo do açougue Brasília, propôs a honraria de entrega do título de cidadã honorária para Sra Maria Lúcia Resende Garcia, esposa do ex prefeito José Celso Garcia. Os vereadores votaram pela aprovação com exceção da vereadora Marisol Gomes, que votou contra e fez um discurso pesado sobre o tema. Leia mais abaixo discurso na íntegra, logo após a breve história de Maria Lúcia..
Sobre Maria Lúcia Resende Garcia
Ela é mineira de Oliveira, uma cidade “política”. Cidade das mais antigas e típicas de Minas Gerais, onde, aos valores do catolicismo tradicionalista se soma a cultura política centenária, paternalista e clientelista. Neste ambiente onde vicejam metas de poder pelo poder e suas benesses, também desabrocham os sonhos juvenis, críticos, de justiça e liberdade. Maria Lúcia não fugiu a regra dos jovens de seu tempo. Já nos primeiros anos do “ginásio” suas preocupações sociais se faziam presentes. Participativa na sua geração, no teatro amador, nos eventos estudantis, na “evangelização do meio”, buscando ser o “sal da terra”.
Em 1966, chega à capital mineira, na busca de formação superior, enfrentando com alegria as dificuldades da falta de recursos financeiros e pequeno apoio dos pais motivado pela preocupação em ver a “caçulinha” deixar o ninho para crescer.
O Brasil vivia os primeiros momentos da reorganização popular pelo retorno à democracia, suprimida pelo golpe de 64. No envolvimento com a política estudantil, Maria Lúcia percorreu um curto caminho. Inicialmente a JUC e depois a AP, organização política socialista cristã nascida na manjedoura da Santa Madre Igreja e logo enjeitada pela genitora. E lançada à clandestinidade pela ferocidade da ditadura.
Maria Lúcia, em 1968, era presidente do diretório acadêmico da sua faculdade — o curso era de Serviço Social — e professora primária. Casou-se no início de 1968 e logo engravidou, aumentando as dificuldades cotidianas. Mas nada disto a fez perder o trem da História. Continuava firme nos seus propósitos de devolver ao Brasil a liberdade e a justiça.
Veio o Congresso da UNE em Ibiúna e sua conseqüente prisão. Forçada a abandonar a faculdade e Belo Horizonte, foi inicialmente para a Cidade Industrial de Contagem e posteriormente para São Paulo, com filho no colo, por exigência do trabalho político da AP. No período de 1969 a 1972, trabalhou “na produção” em várias fábricas e, com o isolamento político imposto pela ditadura via censura, prisões e torturas, se deslocou para áreas de pesquisa de mercado onde as condições de trabalho eram mais seguras. Com a impossibilidade de continuar o trabalho político em São Paulo, foi para Niterói, o que lhe permitiu terminar o curso superior.
Em 1979, com a anistia, mudou-se para São Lourenço-MG, reiniciando o trabalho político em novas bases: funda as primeiras associações de moradores de bairro. Em 1983, criou o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social e, em seguida, a Fundação Casa dos Meninos. Participou do Conselho de Meio Ambiente. E permaneceu na atividade política nos anos seguintes. Funda a Associação das Assistentes Sociais do Circuito das Águas. Como funcionária pública federal da FUNABEM — posteriormente CBIA — ajuda a implantar os CMDCAs — Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente — em muitas das cidades do sul de Minas. Com a extinção daquele órgão é removida para o INSS.
Eleita vereadora à Câmara Municipal de São Lourenço em 1997, desempenhou importante papel legislativo, dentre eles, a luta contra a privatização do serviço de águas e esgotos do município, luta contra a ação predatória da multinacional Nestlé sobre as águas minerais, principal elemento econômico da estância turística, além da criação e modernização de muitos dos institutos legais do município.
Maria Lúcia, prestou relevantes serviços a comunidade foi vereadora em São Lourenço, além de exercer sua profissão de assistente social , foi ex-primeira dama do município, bem atuante, na câmara municipal lutou contra a privatização do serviço de águas e esgoto do município, além da luta contra a exploração predatória das águas minerais, na época explorada pela multinacional Nestlé, além da instituição de muitos institutos que existem no nosso município.
Discurso da vereadora Marisol:
Adianto-vos que face à JUSTIFICATIVA apresentada pelo proponente do projeto de decreto legislativo, votarei contra.
Lamento profundamente que o espaço desta Casa destinado a homenagear quem porventura tenha prestado relevantes serviços ao município tenha se transformado numa apologia à extrema-esquerda terrorista e assassina que tanto vitimou este país.
Não temo ser acusada de deselegante, ainda que seja a única a votar contra, pois não posso me omitir face ao que afronta veementemente meus princípios e valores. Não prestarei qualquer desserviço sob o argumento de neutralidade.
Vamos falar de História? Até hoje finge-se que o objetivo dos grupos violentos extremistas era – como insiste a própria Justificativa deste Projeto – a “restauração da democracia”. Não é verdade! O que buscavam os terroristas no nosso país, com apoio financeiro, logístico e de treinamento de Cuba, da China Comunista e da União Soviética, era a implantação de uma ditadura. Ditadura esta muito mais feroz, muito mais violenta e muito mais severa que o Regime Militar de nossa História recente.
As ditaduras esquerdistas foram tão medonhas que na Alemanha construiu-se um muro para impedir que suas vítimas fugissem. O comunismo assassinou pelo menos 50 milhões de pessoas (existindo estimativas que chegam ao dobro), foram ditaduras de partido único, ideia única e única selvageria. Se impuseram pelas armas e assim se mantiveram, armas estas que os terroristas tomaram contra a própria Pátria. E hoje são arrancadas das mãos dos honestos, mas mantêm-se nas mãos dos criminosos.
Em respeito a todos os que foram “vitimados pela insensatez de seus semelhantes”, como se lê na placa que marca o atentado a bomba (praticado por aqueles que diziam defender a democracia) que matou três inocentes no Aeroporto de Guararapes, sou forçada pela minha consciência e pela confiança que me foi depositada por meus eleitores a votar contra o referido projeto.
Quando aqui forem propostas legislações que visem a transparência, o bom andamento do serviço público e que melhorem a vida dos sãolourencianos, desraigadas de mera ideologia, Vossa Excelência terá meu apoio.
Agora, diante dessa justificativa anexada ao Projeto de Decreto que se ocupa em enaltecer o regime comunista mais do que elencar os feitos da possível homenageada, vejo claramente o Projeto como mero subterfúgio a fim de montar palco para uma ditadura que matou milhões no mundo.
Por causa da argumentação apresentada pelo proponente do Projeto de Decreto, votarei contra.
Para encerrar: “Defende o que é certo, mesmo que isso signifique estar sozinho. Se achar isso difícil de fazer, PEDE A DEUS A GRAÇA DA FORTALEZA.” SANTA JOANA D’ARC.
Friso, por causa da JUSTIFICATIVA apresentada, voto NÃO.
Circulou pela internet, em vários perfis, uma nota de repúdio que será republicada na íntegra:
NOTA DE REPUDIO À VEREADORA MARISOL
Apesar de não parecer, São Lourenço não é terra de ninguém. Lamentavelmente essa vereadora, recém-saída das profundezas dos esgotos, batendo no peito pela família tradicional, mentindo descaradamente sobre a História do Brasil e os momentos terríveis que vivenciaram muitos dos nossos nos tempos da Ditadura, cujo único feito relevante foi tomar café com um execrável presidente e se esconder atrás de “ pessoas do bem” da Igreja, se acha no direito de falar e MARIA LUCIA GARCIA, esposa do querido JOSE CELSO GARCIA. Cospe falácias sobre apologia de extrema esquerda como se fosse doutora na questão. Ora “nobre” vereadora! Como disse no seu discurso, a senhora não foi deselegante. A senhora foi vil, grosseira, ignorante, raivosa e mentirosa como qualquer zumbi que apoia este presidente medíocre. E ainda cita Joana D’arc! Uma Santa francesa que foi queimada na fogueira, tida como bruxa e herege por lutar pelos mais oprimidos. Uma afronta seria a nobre votar a favor do título proposto pelo então vereador Gustavo Ribeiro. Saiba que é a senhora que contribui para o desserviço da população. Eleita com mais de 800 votos apoia um genocida que acredita que a vacina causa AIDS. Bate no peito e prolifera mentiras e fake News. Fale de História sim, mas estude antes. Comece a olhar pela população e trabalhar naquilo que lhe cabe. Estude também o que é comunismo e socialismo. Estude ainda mais sobre seu papel na Câmara e sobre decoro parlamentar. Isso não é palco de maluco. Espere aplausos somente de pessoas inúteis para uma sociedade como a senhora.
MARIA LUCIA GARCIA, esposa, excelente mãe e avó, contribuiu para várias questões sociais do município e foi, como toda grande mulher, a base da gestão de seu marido, um dos maiores Prefeitos desta cidade.
E digo mais! SE NÃO FOSSEM MULHERES COMO MARIA LUCIA, A SENHORA NÃO TERIA DIREITO HOJE DE VOMITAR TANTA ASNEIRA COMO FEZ NA SUA PALAVRA CONTRA O TITULO PROPOSTO.
Agradeça e leia sobre a vida dessas mulheres. Muitas delas morreram para que a senhora tivesse 800 votos e dentre eles, de mulheres.
A nobre vereadora usa na capa de seu facebook uma frase de Martin Luther King! Estude sobre o que ele representa para as minorias e pare de usar frases de socialistas para justificar sua pequenez, sua amargura e seu preconceito sobre mulheres que fizeram e fazem a História do Brasil.
Tenho absoluta certeza que das profundezas de onde saiu sua justificativa, a Dona MARIA LUCIA GARCIA nem vai ouvir. Porque ela está num lugar alto, de luz, de bem, de dever cumprido, amada pela sua família e pelos amigos que fez. Pela sua coragem e luta às minorias.
Que perfeito a senhora dizer não. Terminando a indignação de muitos, cito também Joana D”arc: “Ser feliz é ter esta felicidade contínua, completa, inatingível frente a um bombardeio de obstáculos. Nossa! Como é difícil ser feliz. Pode-se até arriscar dizer, muitos cessam sua participação neste mundo sem a conhecer plenamente”. Não passe nessa vida sendo amarga, tente ser feliz.
P.S: Não assino porque pelo cargo que ocupo, com certeza seria perseguido. É disso que a senhora entende. Olhar, julgar, condenar e perseguir.
Vários sãolourencianos conhecedores da história do município, manifestaram apoio nas redes sociais a Maria Lúcia Garcia e ao seu esposo José Celso Garcia, e vão estar presentes na entrega do título concedido a Maria Lúcia.