Produtores apostam no cultivo de feijão para a alimentação escolar 

Agricultores de Jequitibá vão fornecer 50 toneladas de feijão para o Programa Nacional de Alimentação Escolar

A comercialização da safra, muitas vezes, é o maior desafio do produtor rural. Em Jequitibá, município que fica a 100 quilômetros de Belo Horizonte, muitos produtores viram nas vendas para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) uma oportunidade certa de comercialização da produção a preço justo. Em 2022, 18 agricultores familiares do município vão fornecer 50 toneladas de feijão carioca (tipo 1) para a alimentação escolar de alunos da rede pública.

O PNAE é um programa do governo federal que garante que 30% dos recursos para a merenda escolar sejam destinados à compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar. Em Jequitibá, o trabalho conta com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e se dá por meio da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Jequitibá e Região (Cooperaje), que atualmente tem 68 cooperados, que cultivam alimentos variados.

Força da união

“Antes a gente não tinha incentivo para plantar feijão, pois os preços recebidos eram baixos. Mas com a ajuda da Emater-MG, os produtores se uniram e formaram a cooperativa. Agora com as vendas para o PNAE, temos um preço fixo e rentável, o que motiva os agricultores a plantarem”, comenta o presidente da Cooperaje, Ricardo Falcão. De acordo com a extensionista local da Emater-MG, Marilene Figueiredo, os profissionais da empresa exercem importante papel na assistência técnica à cooperativa, desde a sua criação em agosto de 2013.

O incentivo ao cooperativismo tem como proposta o fortalecimento da agricultura familiar em relação às condições do mercado. Juntos, os pequenos produtores ganham mais poder de barganha nas vendas e na compra de insumos. “Há uns tempos atrás, a gente não tinha para quem vender o feijão, porque nos mercados precisa ter uma grande quantidade de grãos. Com o surgimento da cooperativa e as vendas para o PNAE, melhorou muito para a gente. Podemos plantar sossegados, pois já sabemos para onde irá a produção. E ainda os nossos filhos vão comer na escola um alimento de boa qualidade”, argumenta o agricultor Matuzalém Soares.

Feijão ao gosto do consumidor

O coordenador técnico regional de Culturas da Emater-MG, Walfrido Albernaz, comenta que, no início, os agricultores locais precisavam de informações sobre qual a melhor variedade para conquistar os consumidores e como ter uma lavoura de baixo custo de produção. “Fizemos então uma parceria com a Embrapa para buscar cultivares que eram adequadas ao consumidor da região. Realizamos ainda dias de campo com orientações sobre o cultivo das variedades recomendadas”, lembra Walfrido.

A cooperativa faz a compra das sementes indicadas e repassa aos produtores por um preço inferior ao de mercado. Este ano, a estimativa de produção do grupo (18 agricultores) é de 80 toneladas de feijão. Até o início de junho, a Cooperaje já tinha contrato assinado de venda de 50 toneladas para as prefeituras de Jequitibá, Matozinhos e Sete Lagoas, além de escolas da rede estadual em Jequitibá, Sete Lagoas, Santana de Pirapama e Matozinhos.

Segundo a extensionista da Emater-MG, a cooperativa recebe o feijão dos produtores e é responsável pelo beneficiamento do grão (seleção, limpeza, empacotamento e classificação do produto). “O feijão passa por todo esse processo e vai rotulado para as escolas em atendimento à legislação vigente no país. Então é um alimento plantado em pequenas áreas e por pequenos produtores. Eles se juntam e a cooperativa com sua força consegue colocar no mercado um produto de alta qualidade”, salienta Marilene.

Agência Minas

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