Estudante de Cristina vai representar o Brasil nos EUA com pesquisa sobre filmes plásticos biodegradáveis

Aluna do ensino médio da rede pública de Cristina (MG) apresentará projeto relacionado às mudanças climáticas por meio de programa da Embaixada dos Estados Unidos.

Uma estudante de Cristina (MG) será embaixadora do Brasil nos Estados Unidos por 15 dias. Michaely Vitória da Silva Santos, de 18 anos, foi selecionada para apresentar um projeto sobre mudanças climáticas nos EUA em janeiro de 2025.

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Estudante do IF Sul de Minas irá apresentar projeto “Produção de filmes biodegradáveis à base de amido” nos EUA — Foto: Acervo pessoal

A jovem morou na zona rural de Cristina até os 16 anos, quando se mudou para a cidade de Carmo de Minas para estudar no Instituto Federal do Sul de Minas, onde desenvolveu o projeto.

Michaely Vitória já buscava por um intercâmbio ou voluntariado que lhe proporcionasse estar em um país de língua inglesa. A ideia era praticar mais o idioma.

“Eu estudo inglês há quase cinco anos. Eu consigo entender bem e o que preciso aprimorar mais é a parte da comunicação. Daí surgiu esse interesse de procurar um intercâmbio”.

Foi assim que a estudante encontrou o Programa Jovens Embaixadores. A iniciativa do Departamento de Estado norte-americano leva estudantes de escolas públicas do Brasil para os Estados Unidos com coordenação da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos da América.

Os estudantes ficarão hospedados nas casas de algumas famílias que toparam participar do programa, chamadas de “host families”.

Os estudantes desembarcam do Brasil no dia 10 de janeiro. Nos EUA, irão participar de uma programação com palestras que ainda será divulgada pelo programa. A turma retorna para o Brasil no dia 26 de janeiro.

Projetos de impacto social sobre mudanças climáticas

 

O programa selecionou 30 jovens do ensino médio de escolas públicas brasileiras que tivessem projetos de impacto social.

Em 2025, a iniciativa será inspirada pela 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. Dessa forma, o programa selecionou propostas que tivessem relação com o tema mudanças climáticas.

Nos Estados Unidos, Michaely deve apresentar, em inglês, a pesquisa “Produção de filmes biodegradáveis à base de amido“.

“Nesse projeto, a gente produz plásticos à base de amido com o objetivo de promover a sustentabilidade e a economia circular, assim, reduzindo o uso de plásticos convencionais e a poluição dos plásticos”, explica.

A economia circular tem como base os três Rs:

  • Reciclar
  • Reduzir
  • Reutilizar

 

O projeto de Michaely propõe a reutilização de resíduos orgânicos, como borra de café, casca de arroz e a película que envolve o grão de café

Processo seletivo

 

Após enviar uma série de documentos para as inscrições em agosto deste ano, Michaely foi selecionada para a prova escrita. Nessa etapa, em setembro, a aluna conta que respondeu a perguntas pessoais sobre seus valores.

“Perguntas do tipo… ‘O que você valoriza mais em uma pessoa?’ para falar dos nossos princípios, essas coisas. Aí tinham também as perguntas de praxe, que eram: ‘Por que você escolheu o jovem embaixador?’ ‘Por que você acha que seria uma boa pessoa para ser selecionada?’”

 

Em outubro, a jovem pesquisadora passou por uma prova oral. Em uma entrevista, Michaely precisou relatar como agiria em algumas situações hipotéticas sobre a relação com a família que vai recebê-la.

“Eu falei para eles que, na minha opinião, tudo se resolve com diálogo. Então eu tentaria conversar mais com eles e tentar me aproximar mais para ganhar a confiança deles”.

Há alguns dias depois da última prova, Michaely estava na escola ao lado do seu namorado quando soube que passou no processo seletivo.

“Chegou um e-mail para mim: ‘você foi selecionada’. Eu não estava acreditando! Eu estava na escola e não consegui nem voltar para aula direito!”.

 

Expectativas

 

Michaely irá desembarcar em Washington e, depois, vai para uma das cidades disponibilizadas pelo programa. Neste ano, elas são Cleveland, em Ohio, e Pensacola, na Flórida, mas a jovem ainda não sabe para qual delas irá.

A estudante contou que vai precisar se adaptar com a rapidez com que os estadunidenses falam. Para isso, conta que pensa em algumas estratégias.

“A gente consegue entender algumas palavras e, a partir disso, entender o contexto do que eles estão falando. Então, minha primeira preocupação é conversar, mas eu acho que isso a gente consegue”.

 

Depois que os alunos chegarem no Brasil, o programa continua. Os participantes devem desenvolver projetos novos relacionados a mudanças climáticas. Por fim, os estudantes devem prestar um relatório que apresentem os resultados do trabalho.

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