Finados, não há mais…

Não há mais as compras de lírios e copos-de-leite na chácara que havia no então final da Getúlio Vargas, logo depois do Hotel Sul América.

Não há mais as flores chegando na véspera para que as parentes fossem ao cemitério logo pela manhã, visitar os túmulos de meu avô e de meu tio (acabaram sendo separados pois morreram num intervalo pequeno de tempo e não podiam abrir o primeiro túmulo antes que se passasse um certo tempo). Hoje toda a geração anterior à minha lá repousa.

Não há mais minha mãe colocando as flores no tanque com água, para que não murchassem. Eram muitas, muitas flores e a chácara em alguma época pertenceu ao Rufino e em outra a um padre do Rio que aqui veraneava (atenção: nem todos os padres fazem votos de pobreza, os seculares podem ter propriedades).

Não há mais as idas ao cemitério de charrete, através das ruas totalmente sem calçamento, desde o Hotel Brasil. E como se “comia” poeira…

Não há mais as procissões a que nós crianças, éramos obrigados a comparecer, como alunos do Santa Úrsula (sim, gente, a pé!) para visitarmos o túmulo das duas ursulinas aqui sepultadas, Madre Canísia, morta em 1941 e Madre Bernarda, morta a 29 de dezembro de 1950.

Não há mais… não há mais… mas sempre haverá…

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