Tradicionalmente no dia do trabalhador dia 01/05 milhares de fiéis vão à pé até Baependi.
Padre Lucas abençoa os fiéis que partem para a caminhada da Beata Nhá Chica
As bênçãos dos padres nas paróquias e centros das cidades circunvizinhas acontecem no dia
30 de abril, de onde fiéis partem à pé rumo a Baependi, num percurso de 33 quilômetros entre
São Lourenço e Baependi. A caminhada foi antecipada para dia 30 de abril, pois, a primeira
missa celebrada no Santuário de Nhá Chica acontece às 7 horas da manhã do dia 01 de maio.
O trajeto recebe apoio das prefeituras de São Lourenço, Soledade de Minas, Caxambu e
Baependi. Já faz parte do turismo religioso de São Lourenço, pois a caminhada foi idealizada
em 2000 após forte enchente enfrentada na cidade de São Lourenço, por João Vitor Gorgulho,
mesmo antes de Nhá Chica ser beatificada.
Os fiéis vão a pé, de bicicleta, moto, cavalo, todos abastecidos com fé, vão para pagar
promessas, graças alcançadas, fazer pedidos ou simplesmente agradecer e celebrar a vida. É
um caminho místico que só indo e percorrendo o trajeto para ter dimensão de seu significado.
Todos deveriam fazer parte dessa experiência de fé, perseverança e amor ao menos uma vez
na vida.
Há quem faça a peregrinação há exatos 22 anos, não perderam uma edição sequer, como os
casos relatados nas matérias abaixo. Clique no Link.
É importante lembrar que o peregrino deve levar água ou isotônico para hidratação, manter-
se alimentado, trajar roupas leves e calçados macios, levar lanterna além de usar filtro solar. O
Santuário de Nhá Chica localiza-se na Rua da Conceição 165 – Centro, Baependi.
XXII Peregrinação de Nhá Chica
A emoção e o triunfo da Chegada
Sobre Nhá Chica
Francisca de Paula de Jesus nasceu em meados de 1810 e foi a primeira negra, analfabeta e
filha de escrava a ser beatificada pela Igreja Católica, em 2013.
A campanha para beatificá-la começou cerca de 100 anos após a sua morte e terminou em
2013, quando ela foi reconhecida pela Igreja por tudo que representa.
Milagre de 1995 foi reconhecido
Nhá Chica nasceu em São João Del Rei (MG) mas viveu a maior parte da sua vida em Baependi
MG), onde morreu no dia 14 de junho de 1895. Desde então, os relatos de cura por
intercessão de Nhá Chica são vários.
O processo de beatificação começou em 1993, mas foi em 1995 que o processo ganhou um
capítulo decisivo. A professora Ana Lúcia Meirelles Leite, de 65 anos, descobriu que tinha um
problema congênito no coração quando foi submetida a exames médicos, logo após uma
isquemia, em julho de 1995. Na véspera da cirurgia, a professora foi acometida de uma febre
muito alta, que a impediu de realizar a operação, que foi marcada para uma nova data.
No entanto, ao fazer a cirurgia, o médico constatou que a abertura no coração havia se
fechado. Médicos de Baependi Pouso Alegre, Belo Horizonte e São Paulo deram testemunho
de que a medicina não explicava o acontecido e que não havia possibilidade de cura sem a
cirurgia.
Em 1998, o provável milagre foi enviado ao Vaticano. Em janeiro de 2011, o Papa Bento XVI
aprovou as virtudes heróicas da religiosa e designou o título de Venerável a Nhá Chica. Em
outubro do mesmo ano, a comissão médica da Congregação das Causas dos Santos do
Vaticano aprovou o milagre atribuído a Nhá Chica, concordando que a cura não tem explicação
científica. A comissão de cardeais do Vaticano atestou o milagre em junho de 2012 e no
mesmo mês, o Papa Bento XVI assinou o decreto de beatificação de Nhá Chica.
A simplicidade da beata do Sul de Minas
Nhá Chica sempre viveu de forma muito simples. Quando recebeu uma herança de 2 mil réis
do irmão, entendeu que era sua missão construir a igreja para Nossa Senhora da Conceição.
Do ouro que ela recebeu, o que não foi gasto na capela, ela doou aos pobres que iam buscar
sua ajuda. Ela usava praticamente a mesma roupa, vivia numa casa simples com poucos
móveis e dormia em catre (cama rústica sem colchão).
Apesar de sua simplicidade, tanto no modo de viver, como em sua origem, sempre foi
respeitada e recebia pessoas importantes para aconselhamento, até representantes do
Império.
Na exumação dos restos mortais de Nhá Chica, um cheiro de rosas foi presenciado pelas
pessoas à volta, à medida que eles eram retirados do túmulo onde estava sepultada.